PELO MENOS 33 PRESOS SÃO ENCONTRADOS MORTOS EM PRISÃO EM RORAIMA

Pelo menos 33 presos foram encontrados mortos na manhã desta sexta-feira (6) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista. De acordo com o governo de Roraima, que administra a unidade, o caso foi registrado por volta das 2h30 (4h30 no horário de Brasília). A penitenciária é a maior do Estado. Conforme a assessoria do governo, que negou ter havido uma rebelião ou mesmo fuga, os próprios detentos teriam provocado as mortes durante uma briga de facções. Ainda segundo o órgão, o caso envolveu presos do Comando Vermelho e do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção mais numerosa na penitenciária.As mortes em Roraima ocorrem quatro dias após rebeliões em Manaus terminarem com 56 mortos --a pior matança de presos desde o massacre do Carandiru, em São Paulo, quando 111 presos foram assassinados em outubro de 1992 por ação da Polícia Militar. Segundo as autoridades do Amazonas, o massacre foi realizado pela facção Família do Norte, ligada ao Comando Vermelho, contra integrantes do PCC.Segundo o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro Júnior, as informações preliminares dão conta que membros do PCC "possivelmente tenham cometido esses crimes"."Não existem facções de outras organizações criminosas no local [além do PCC]", disse Castro Júnio à rádio BandNews. Ele declarou que as autoridades ainda não sabem o que motivou o ato, mas que equipes estão na unidade para verificar a situação.Em outubro no ano passado, uma briga atribuída pelas autoridades ao PCC e ao Comando Vermelho terminou com dez mortos no mesmo presídio em Roraima. Na ocasião, outra rebelião na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho (RO), deixou oitos presos mortos.Para o presidente da seccional de Roraima da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodolpho César de Morais, após o motim de 2016, medidas paliativas foram tomadas, como a transferência de líderes do Comando Vermelho para a Cadeia Pública. "Mas os soldados do grupo ficaram lá", disse.Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) de Roraima, havia 1.475 presos na unidade no momento dos crimes de hoje--a capacidade é para 750 detentos. Do total, mais da metade (898) é de presos provisórios, ou seja, à espera de julgamento. Outros 458 detentos estavam no regime fechado, e cem, no semiaberto.Às 9h30, equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do GIT (Grupo de Intervenção Tática) estavam dentro do presídio para "realocação dos internos e conferindo a real situação", segundo a assessoria da Sejuc. Ainda segundo a pasta, a situação "está sob controle".A Secretaria Estadual de Segurança informou que representantes do governo de Roraima estão reunidos nesta manhã para definir que ações serão adotadas. A governadora Suely Campos (PP), conforme a assessoria da pasta, teria conversado por telefone sobre a situação com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Não foram divulgados detalhes dessa conversa, nem se o IML (Instituto Médico Legal) já iniciou a retirada de corpos do presídio.


Terceira maior matança em presídios
A matança de hoje em Roraima é a terceira maior em número de vítimas em presídios brasileiros. A maior ocorreu em 1992, quando uma ação policial terminou com 111 presos mortos, no caso que ficou conhecido como o massacre do Carandiru, em São Paulo. Veja o ranking:
111 mortos em São Paulo - Carandiru - 1992
56 mortos em Manaus - Compaj - 2017
33 mortos em Boa Vista - Penitenciária Agrícola de Monte Cristo - 2017
31 mortos em Benfica (RJ) - Casa de Custódia de Benfica - 2004
27 mortos em Porto Velho - Urso Branco - 2002
18 mortos em São Luís - Pedrinhas - 2010
 
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