A imagem acima foi captada no encontro da Cúpula América do Sul-África,
que aconteceu na Venezuela em 2009. Lula era presidente do Brasil pela
segunda vez e o ditador Muamar Kadafi ainda comandaria a Líbia por mais
dois anos, antes de ser deposto, capturado e executado. Não é uma cena
protocolar, como se observa no aperto de mão informal. A fotografia
retrata dois líderes que se diziam “irmãos”. Durante 42 anos, Kadafi
governou a Líbia seguindo o protocolo dos tiranos. Coronel do Exército,
ele liderou um golpe em 1969. No poder, censurou a imprensa, reprimiu
adversários e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão
perpétua, tortura e morte a quem contrariasse o regime. Dinheiro líbio
também financiou grupos terroristas e movimentos políticos em vários
cantos do planeta. Entre os que receberam recursos da ditadura líbia
estavam, de acordo com o ex-ministro Antonio Palocci, o PT e seu líder
máximo, o ex-presidente Lula. A revelação de Palocci está contida na sua
proposta de delação entregue ao Ministério Público. Segundo ele, em
2002 Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para
financiar a campanha eleitoral do então candidato Lula. Fundador do PT,
ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e
ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci esteve no centro das
mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas.
Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há
sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de
redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena
de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata
das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial
para fulminar o partido e o próprio ex-presidente. A matéria completa
está na edição desta semana da revista Veja.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
ESPORTES
Esportes
Nenhum comentário
Postar um comentário