O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO


Estamos próximo do dia 7 de Setembro, quando o Brasil vai comemorar a data da sua independência. Mas será que um país que vive na corrupção permanente, da base às mais altas instâncias, poderá afirmar-se independente? "O Brasil não é um país sério". Tanto quanto se sabe, esta foi a primeira afirmação pública sobre o assunto, atribuída já há algumas décadas, nos anos 60, ao general Charles de Gaulle, presidente da França, quando por aqui passou e se demorou algum tempo. Há quem afirme que sim, há quem garanta que não. Na verdade, o Brasil não é um país sério – e é, isso sim, um paraíso para os "não-sérios", ou seja, a malandragem, tanto a que vem de fora, como a que já cá se encontra. Os fatos são aquilo em que as certezas se apoiam. Vejamos os fatos:
Quem faz o Brasil são os brasileiros – o povo e os dirigentes, as instituições laicas e religiosas, as organizações não governamentais e as estatais. Se as instituições não forem sérias, darão o exemplo facilmente (e auto-justificadamente) seguido pelas populações que pretendem, de pleno direito, sair da miséria em que vivem. Assim, tudo fica contaminado.
Os governos do Lula e da Dilma são caracterizados
- pela corrupção generalizada:"do servente ao presidente, é tudo a mesma gente";
- pelo assalto aos cofres públicos, feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o partido da presidente Dilma;
- pela lavagem de dinheiro feita pelo mesmo PT através de uma rede de empresas de publicidade;
- pelo programa chamado "mensalão", que consistiu no pagamento de avultadas verbas a deputados, para que votassem favoravelmente as propostas do Governo;
- pelo escândalo dos "vampiros", políticos que recolhiam dinheiro da sobrefacturação da compra de hemoderivados, especialmente destinados a hemofílicos e portadores do vírus da SIDA/AIDS;
- pela abertura no exterior de contas em paraísos fiscais; a imprensa acusa o próprio ex-presidente, o seu amigo Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, o ex-presidente do Banco Central, e outros compinchas partidários ou prestadores de serviços ao Governo;
- pela fraude fiscal generalizada;
- pela distribuição dos rendimentos, a segunda pior do mundo, só ultrapassada pela Serra Leoa, um país perdido na África, com 12 anos de guerra civil recente, com amplitudes só existentes em países do terceiro mundo onde prevalece o compadrio e a corrupção é senhora e lei;
- pela taxa de juro mais elevada de todo o planeta, da ordem dos 144% (cento e quarenta e quatro por cento) ao ano;
- pela isenção de impostos a quem tem mais obrigação de os pagar;
- por um número surpreendente de 1700 padres acusados de crimes sexuais;
- pelo aumento das agressões (registadas oficialmente) a mulheres e a crianças;
- por aumento substancial da criminalidade sob a forma de assaltos (a pessoas, casas e instituições), estupros, sequestros e assassinatos (alguns deles por brigas de trânsito);
- por aumento de consumo de álcool e drogas;
- por um aumento generalizado da corrupção entre as forças policiais;
- por uma progressiva influência sobre o comportamento social exercida por facções criminosas que comandam o crime organizado do interior das cadeias, através de celulares e de advogados que pertencem a essas mesmas facções;
- por desvio, para outros fins, nem sempre muito claros, de grande parte das verbas destinadas anualmente à segurança pública;
- pela constatação de que os bandidos estão mais bem armados do que as forças da ordem;
- pela instalação nos cidadãos do sentimento de que o crime compensa, porque a impunidade, em todos os patamares, é uma garantia adquirida pelo criminoso.
Todo este leque de misérias tem a mesma causa: a falta de seriedade na condução dos negócios públicos e, por arrastamento, dos privados. O poder corrupto instalou-se em todas as vertentes de decisão, e boicota o trabalho dos que pretendem um Brasil diferente – um Brasil independente. Talvez daqui a alguns anos, se for possível impedir o acesso aos órgãos dos três poderes do Estado dos que se servem desses órgãos em benefício próprio e exclusivo, se consiga ter um país sério. Até lá, muito há para varrer e limpar. A seriedade constrói-se, não com gostos, desejos ou intenções, mas com fatos e realidades – e o que os fatos e as realidades mostram é que o Brasil não é um país sério.

Postado: Blog do Claudio

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