Delegado suspeita que PMs executaram 30 durante greve

Durante os 12 dias de greve da polícia militar na Bahia, 45 dos 187 assassinatos registrados até esta segunda, 13, pela polícia na Grande Salvador têm características de extermínio, informou o delegado Arthur Gallas, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). São crimes em que as vítimas foram algemadas ou amarradas, e atingidas na cabeça por assassinos encapuzados que chegaram ao local do crime em carros com placas clonadas, armados com munição de grosso calibre. O delegado suspeita de que “25 a 30” destes casos tenham a participação de militares.Segundo Gallas, as ações são características de seguranças clandestinos bancados por comerciantes de bairros populares. “São suposições, já que se eu tivesse o número preciso das ocorrências os casos já estariam elucidados. É uma conjectura com base na análise dos fatos e do modus operandi dos crimes”, explicou.Até agora, apenas cinco (os moradores de rua mortos na Boca do Rio) dos assassinatos ocorridos durante a paralisação foram solucionados. “Tivemos que analisar e separar o que foi ocasionado em decorrência da greve e aqueles que foram praticados independentemente dela. A ligação com os grevistas está em investigação, ainda não temos essa ligação”, afirmou o secretário de segurança pública Maurício Barbosa.Questionado se os casos de extermínio apontam para a existência de grupos criminosos organizados, como milícias, o secretário disse que “tudo agora é especulação. Se há temos que investigar”.
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