Ninguém duvida da influência nefasta do capital privado nas eleições. Capitaneadas por empreiteiras e outras gigantes ávidas por licitações, empresas de todo tamanho fazem doações em troca de favores e facilitações, corroendo nossa democracia. Daí surge a fácil concordância com a teoria do financiamento público de campanhas, que no papel, é um espetáculo. Ao mesmo tempo em que repele a influência de setores como a indústria de cigarros e bebidas alcoólicas, atua diminuindo a corrupção, pois os detentores de cargos eletivos não teriam mais “dívidas” a pagar com seus patrocinadores. Isso sem falar que abre um canal possível para cidadãos comuns entrarem na vida pública. Mas minha empolgação com a ideia diminui muito quando lembro que estamos falando em implantá-la no Brasil. Esse é o grande problema. Não duvido que esse tipo de organização eleitoral possa funcionar bem em alguns outros países, mas se implantado aqui, carregaria inevitavelmente nossa genética maldita. É que no financiamento público exclusivo uma quantidade enorme da riqueza do país é retirada de áreas essenciais, como saúde e educação, para ser dividida pelos partidos. E, infelizmente, não estamos falando em reinaugurar as agremiações, mas sim em distribuir essa dinheirama entre as mesmas legendas de hoje, comandadas pelos mesmos líderes de sempre, que teriam total controle sobre esses recursos. Ou seja, ao invés de servir para abrir caminho para entrada de boas almas no legislativo e no executivo, só daríamos ainda mais poder para os mesmo políticos que gostaríamos que o novo sistema eliminasse. É como pedir para as raposas reformarem o galinheiro. Além disso, sabemos que eleição é competição, e como boa parte do orçamento eleitoral sempre foi “não contabilizado”, o caixa dois continuaria sendo tanto útil como sempre foi. Uma alternativa não tão simples, mas por isso mesmo mais realista, seria a tentativa de diminuir drasticamente o custo das campanhas. Comecemos criando regras claras e incontornáveis para limitar a publicidade com ares hollywoodianos na televisão. O éden da democracia parece ser uma eleição exclusivamente com pequenas doações individuais, no estilo do que aconteceu embrionariamente na reeleição do Obama. Mas não acho que funcionasse no Brasil. Você doaria?
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Mais uma corupção dos nossos deputados, mesmo porque se aprovado o financiamento de campãnha com dinheiro público em nada adiantará, irá apenas somar aos que irão consequir do setor privado aumentando ainda mmais a dineirama derramada nas eleições e fortalecendo o sistema de compra de votos, que alipás já é feito de forma indireta no momento que o deputado oferece ao prefeito verbas federais e estaduais para o seu município, o q leva os mesmos a gastarem o dinheiro dos cofres municipais na esperança destas verba q para eles irá fazer parte de um bolo a fatiar, e por último a pergunta: porque o deputado para se eleger eu tenho q dar e vc o dinheiro q é nosso e q está depositado no governo para obras públicas
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