Uma
simples mulher existe que, pela imensidão do seu amor, tem um pouco de Deus, e
pela constância de sua dedicação tem um pouco de anjo; que, sendo moça, pensa
como uma anciã e, sendo velha, age com todas as forças da juventude; quando ignorante,
melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da natureza, e, quando sábia,
assume a simplicidade das crianças. Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade
dos que ama e, rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre, ferido
pelos ingratos. Forte, entretanto, estremece ao choro duma criancinha, e fraca,
não se altera com a bravura dos leões. Viva, não sabemos lhe dar o valor porque
à sua sombra todas as dores se apagam. Morta, tudo o que somos e tudo que temos
daríamos para vê-la de novo, e receber um aperto de seus braços e uma palavra
de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem
que ensope de lágrimas este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página. Eles lhe cobrirão de beijos
a fronte, e dirão que um pobre viandante, em troca de suntuosa hospedagem
recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria MÃE.
Geraldo Aragão Lima Vereador Presidente
Nenhum comentário
Postar um comentário