Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro
Antonio Palocci disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
cuidou "diretamente" do pedido de propina em alguns casos. Palocci foi
ouvido no dia 26 de junho, no âmbito da Operação Greenfield, que apura
supostas irregularidades em fundos de pensão. "Antes de ele [Lula] ser candidato a presidente naquela
campanha vitoriosa de 2002, é quando pela primeira vez o PT elege um
representante na Previ, portanto o PT não era governo, mas havia eleito
um representante da Previ dos funcionários. E quem procura o presidente
pra procurar uma interferência nesse fundo é Emílio Odebrecht, em nome
da Braskem, que tinha sociedade com os fundos de pensão e estaria tendo
por parte desse representante do PT muitas dificuldades. Então, ele nos
pede para interferir nisso. Esse foi evento mais antigo de atuação que
eu conheço dos políticos do PT em relação a fundo de pensão",
contextualizou Palocci.O ex-ministro passou anos no Partido dos Trabalhadores e
atuou no governos de Lula e de Dilma Rousseff (PT). Preso desde setembro
de 2016, ele firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal
(PF).De acordo com Palocci, a descoberta do pré-sal deu uma
guinada na forma como o ex-presidente tratava os casos de propina. "No
governo federal em particular e junto ao presidente Lula, o pré-sal
apareceu como uma, ele chamava até como um passaporte para o futuro, um
bilhete premiado, quer dizer, ao final do seu governo ele recebe um
senhor bilhete premiado. E como ele já estava bem avaliado naquela
época, o pré-sal se torna quase um motivo de delírio político no
ambiente governamental", lembrou o ex-ministro.Ele acrescenta que, desse momento em diante, Lula se
descuidou da parte legal de sua atuação como presidente e começou a
negociar as vantagens indevidas. "Ele sempre soube que tinha ilícito e
sempre apoiou as iniciativas de financiamento ilícito de campanha, etc.
Mas no caso, no pré-sal, ele começou a ter uma atuação pessoal",
explicou o delator.Ao longo do departamento, Palocci citou também o
envolvimento direto de Lula com propina na compra de caças para as
Forças Armadas e na operação dos fundos de pensão no caso da Usina de
Belo Monte. O ex-ministro disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff
(PT), então ministra da Casa Civil, agia como Lula."Em relação aos fundos ela foi igual ao presidente Lula,
ela insistia, inclusive usava muito que aquilo era uma ordem do
presidente Lula e ela fazia reuniões com os fundos na Casa Civil e
forçava a barra pros fundos investirem", declarou.Em resposta, as defesas de Lula e Dilma negaram as
acusações. Eles afirmam que Palocci mente na esperança de se livrar da
prisão.
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