Os Estados Unidos elogiaram na quinta-feira
(15) a postura crítica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o
programa ‘Mais Médicos‘, implementado com a Organização Pan-americana de
Saúde (OPS) e Cuba, que motivou na véspera o cancelamento da
participação dos profissionais de saúde cubanos. “Que bom ver o
presidente eleito Bolsonaro insistir em que os médicos cubanos no Brasil
recebam seu justo salário ao invés de deixar que Cuba leve a maior
parte para os cofres do regime”, escreveu no Twitter Kimberly Breier, a
principal funcionária do Departamento de Estado para a América Latina. O
presidente eleito pretendia submeter os médicos cubanos a um “teste de
capacidade”, pagar o salário integral aos profissionais e permitir a
vinda de suas famílias para o Brasil. “Em torno de 70% do salário destes
médicos é confiscado pela ditadura cubana. E outra coisa, que é uma
falta de respeito com os que recebem tratamento por parte destes
cubanos: não temos qualquer comprovação de que sejam efetivamente
médicos e estejam aptos a desempenhar sua função”, declarou Bolsonaro na
quarta-feira. Havana anunciou que iria abandonar o programa brasileiro –
do qual participa desde a sua criação, em 2013, devido a declarações do
presidente eleito, que anunciou mudanças no programa a partir de 1º de
janeiro, quando tomará posse. Para Bolsonaro, o cancelamento do programa
de envio de médicos cubanos ao Brasil foi uma decisão “unilateral” e
“irresponsável” da “ditadura” de Cuba, que não aceitou as mudanças
pretendidas pelo presidente eleito para manter a cooperação. Cerca de 20
mil médicos cubanos trabalharam no Brasil durante cinco anos, e a
decisão cubana afeta cerca de 8 mil que o fazem atualmente. Segundo
fontes diplomáticas brasileiras, os médicos cubanos retornarão a seu
país antes do Natal, embora calculem que cerca de 2 mil poderiam
permanecer no Brasil devido a relacionamentos amorosos e familiares, que
lhes permitiriam obter o visto de residência.
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