Em protesto contra a reforma administrativa proposta pelo governador da
Bahia, Rui Costa, servidores estaduais quebraram a porta de vidro da
entrada da Assembleia Legislativa do Estado (Alba) e invadiram o
plenário, na tarde desta segunda-feira (11). O clima é tenso no local,
que fica no Centro Adminitrativo da Bahia (CAB).O objetivo dos manifestantes é fazer com que a pauta seja retirada da
sessão desta segunda, que foi suspensa após a entrada dos manifestantes
no plenário. Até por volta das 16h05, os manifestantes continuavam no
local e não havia previsão de retomada da sessão.Com o protesto, segundo informações do Sindicato dos Policiais Civis da
Bahia (Sindpoc), agentes que trabalham nas Coordenadorias Regionais da
Polícia Civil paralisaram as atividades.Participam da manifestação, integrantes do Sindicato dos Policiais Civis
da Bahia (Sindpoc), do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed/BA) e
do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).Com faixas e cartazes, parte do grupo se concentra em frente à Alba, enquanto algumas pessoas entraram no plenário.Os manifestantes pedem a recusa do projeto na Alba. Os servidores temem
demissões, além de diminuição de salários e perda de direitos.Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo informou que o projeto
de lei não reduz salário de qualquer categoria dos servidores públicos e
nem representa perdas de direitos adquiridos.No entanto, ainda segundo a nota, o estado diz que "diante de um cenário
de aguda crise financeira no país, o governo entende não ser pertinente
reajuste salarial igual ao concedido aos ministros do Supremo Tribunal
Federal. Os casos em que as ações estão transitadas e julgadas serão
cumpridos rigorosamente respeitando a Lei".
Reforma administrativa
O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou no dia 3 de dezembro uma
reforma administrativa que deseja implementar no seu segundo mandato. A
proposta prevê a redução de quase mil cargos comissionados e a extinção
de órgãos, como pode acontecer com a Companhia de Desenvolvimento Urbano
do Estado da Bahia (Conder) e empresas públicas.O Projeto de Lei propondo a reforma foi encaminhado para a Assembleia
Legislativa (Alba) e só pode entrar em vigor com a aprovação da casa. O
governo quer, com as medidas, economizar R$ 400 milhões anuais.Rui Costa também anunciou aumento da contribuição previdenciária dos
servidores públicos de 12% para 14% como medida contra um rombo de R$ 4
bilhões acumulados ao longo dos últimos anos com o pagamento de
aposentados.Em 2014, logo após assumir no primeiro mandato, Rui também fez uma
reforma administrativa, extinguindo cargos comissionados e
reestruturando e extinguindo órgãos como EBDA, Bahiatursa e Derba.Com relação à reforma administrativa do novo mandato, o governador
informou que pretende enxugar a máquina administrativa, por meio de
corte de despesas com cargos comissionados e reestruturação de empresas e
autarquias do Estado.Com a reforma, ficam extintos, além da Conder, o Centro Industrial Subaé
(CIS) e a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial
(Sudic), que se tornarão superintendências integradas à estrutura da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).A Bahia Pesca poderá ser adquirida pela iniciativa privada, ou, ainda,
ser gerida por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O governo
diz, no entanto, que atividades industriais e pesqueiras permanecerão na
agenda do Estado, especialmente em se tratando de políticas públicas.Além de extinguir os cargos comissionados, que são de livre nomeação do
governador, sem a necessidade de realização de concurso, a reforma ainda
reduz o número de diretorias e extingue cargos de presidente de
empresas, a exemplo da Prodeb.Outras unidades passarão por um processo de reestruturação que envolverá
a extinção de diretorias e funções como a de presidente. São elas:
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Agência de Defesa
Agropecuária da Bahia (Adab), Superintendência Baiana de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Companhia Baiana de Pesquisa
Mineral (CBPM), Empresa Gráfica da Bahia (Egba), Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Instituto Baiano de Metrologia e
Qualidade (Ibametro), Junta Comercial do Estado (Juceb) e
Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA).Conforme o governo, somente a folha da Educação cresceu 42% em quatro
anos, e a folha de pagamento de policiais militares e bombeiros, por sua
vez, aumentou 41%.Outra mudança, conforme anunicou o governador, é no teto salarial dos
servidores. A proposta é fixar os ganhos do governador como o teto
salarial na Bahia. Atualmente, segundo o governo, cerca de 2.500 pessoas
recebem no estado os chamados "supersalários".
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