A juíza federal Gabriela Hardt condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal que
envolve o sítio Santa Bárbara, em Atibaia. O petista foi sentenciado por
supostamente receber R$ 1 milhão em propinas referentes às reformas do
imóvel, que está em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e
ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar. Segundo a sentença, as obras foram
custeadas pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin. A Lava Jato
afirma que o sítio passou por três reformas: uma sob comando do
pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da
Odebrecht, de R$ 700 mil e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de
R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão. Em interrogatório, Bumlai
declarou não ter pago ‘nem um real’ nas obras. O sítio de Atibaia está
em nome do empresário Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de
longa data do ex-presidente. Em depoimento, Fernando Bittar negou que
tenha pago a obra. “Eu não sei dizer se eles (Lula e Marisa) pagaram.
Mas na minha cabeça…” Apontado por delatores como o homem de confiança
do ex-presidente que tocou a obra do sítio, o ex-segurança de Lula
Rogério Aurélio Pimentel afirmou ter sido o ‘capataz’ das reformas no
imóvel e confirmou os pagamentos da Odebrecht. Em alegações finais, a
defesa do ex-assessor da Presidência da República afirmou que se ele
‘não sabia sequer as quantias que continham nos envelopes, tampouco
possa se esperar que soubesse de eventual origem ilícita dos valores’. O
sítio Santa Bárbara é pivô da terceira ação penal da Lava Jato, no
Paraná, contra o ex-presidente – além de sua segunda condenação. O
petista ainda é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro por supostas
propinas da Odebrecht – um terreno que abrigaria o Instituto Lula e um
apartamento vizinho ao que morava o ex-presidente em São Bernardo do
Campo. O processo também já teve a entrega de alegações finais e aguarda
sentença. O ex-presidente já cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão
no caso triplex, em ‘sala especial’, na sede da Polícia Federal do
Paraná, em Curitiba, desde 7 abril de 2018, por ordem do então juiz
federal Sérgio Moro. Lula foi sentenciado pelo Tribunal Regional Federal
da 4.ª Região pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
envolvendo suposta propina de R$ 2,2 milhões da OAS referente às
reformas do imóvel. (Estadão
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