Os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) decidiram em assembleia, encerrada há pouco, pela deflagração de greve por tempo indeterminado. Apenas dois docentes se posicionaram contra a paralisação. A plenária contou com a participação do reitor Joaquim Bastos. Os professores cruzam os braços a partir da sexta-feira (8), à tarde.
Os educadores protestam contra decisões recentes, do governador Jaques Wagner, que tiram a autonomia financeira das universidades estaduais baianas. De acordo com o secretário-geral da Associação dos Docentes da Uesc (Adusc), Marcos Neves, os decretos de contingenciamento reeditam medidas do período da crise econômica de 2008. Também no início deste ano, o governador anunciou corte de mais de R$ 1 bilhão no Orçamento 2011.
Ao PIMENTA, Neves lembrou que as constituições Federal e Estadual garantem a autonomia financeira das instituições de ensino superior, mas os decretos governamentais afetam, por exemplo, a contratação de professores substitutos.“A universidade tem recursos, mas não pode contratar por causa desse contingenciamento”, afirma. O veto à contratação de substitutos provocaria o cancelamento de várias disciplinas, segundo o secretário-geral da entidade.
Marcos Neves diz que os decretos também tiram a autonomia das universidades no que se refere à progressão dos docentes. Outro ponto é o reajuste salarial, pois o governo apresentou cláusulas que praticamente levariam a um congelamento de salário por três anos, caso a proposta fosse aceita pelos docentes.
As medidas, ressalta o secretário-geral, levam a Uesc e demais universidades estaduais a perder docentes para outras instituições – inclusive de nível técnico – que valorizam o professor economicamente. Até o final da tarde, os alunos da Uesc decidem se também deflagram greve. Neste caso, a paralisação começaria a valer já nesta tarde.
Postado: Claudio da Conceição
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