Uma jovem de 19 anos que mora no município de Juazeiro, na região norte
da Bahia, denunciou uma escola estadual da região por não permitir que
ela assista aulas com a filha, uma bebê de um mês, no colo.Mariana Almeida, que cursa o Ensino para Jovens e Adultos (EJA) no
Colégio Hildete Lomanto, no centro da cidade, disse que, depois do
recesso das aulas, retornaria à escola na terça-feira (25), mas que foi
impedida de ficar na sala por conta da criança. "Assim que eu cheguei,
eu fui diretamente na sala da vice-diretora, para me informar qual seria
a série que eu iria ficar. Quando eu cheguei e ela me avistou com a
minha filha, ela me parou na porta da sala dela, dizendo que eu não
poderia entrar e frequentar aulas com a criança, porque a Secretaria de
Educação não permitia. Disse que eu teria que ir no juizado de menores
pegar autorização para levar minha filha, porque o que acontecesse com
ela seria responsabilidade deles", afirmou.Na escola, as aulas na escola acontecem no período da manhã e à noite e
não há espaço infantil ou creche. Mariana conta que, em 2018, precisou
interromper os estudos por causa da gravidez e que decidiu voltar esse
ano. "Eu quero terminar os meus estudos, agora não só por mim, mas
principalmente por causa da minha filha. Eu disse para a vice-diretora
que em momento nenhum eu falei que ela tomaria conta da minha filha
enquanto eu estudasse. Se eu trouxe a minha filha, a responsabilidade é
minha.Ela chamou o guarda para falar que a partir de hoje, se eu chegar com
minha filha, eu não iria entrar", afirmou a jovem. "Isso não é justo.
Não é porque a gente se torna mãe jovem que a gente tem que interromper a
vida e parar de estudar. A gente tem que procurar entender o lado dos
outros", completa a jovem.A direção da escola informou que não houve ordens para que os seguranças
impedissem a estudante de entrar na escola com a filha. Disse, ainda,
que não houve proibição para que a jovem assistisse as aulas, mas sim
apenas uma orientação para que ela não levasse o bebê, porque na unidade
não há berçários e nem funcionários disponíveis para auxiliar nos
cuidados com a criança.A recomendação, conforme a escola, é para "garantir os direitos e a integridade física da recém-nascida".A escola informou, também, que Mariana não está matriculada na unidade e
que assiste as aulas como ouvinte, porque quando tentou se matricular
não havia mais vaga. A Secretaria de Educação do Estado disse, por meio
de nota, que está orientando as unidades escolares sobre como agir para
que não haja prejuízo na frequência escolar das estudantes grávidas ou
que estejam amamentando. Disse, ainda, que nos casos em que a estudante
está impedida de frequentar a escola o direito a realização de
exercícios domiciliares é garantido por lei.
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