CENSO 2022: CATOLICISMO PERDE ESPAÇO NA BAHIA PARA EVANGÉLICOS E GRUPO SEM RELIGIÃO

 

Dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma mudança significativa no perfil religioso da população baiana. Embora a Bahia ainda seja majoritariamente católica, o número de fiéis da religião segue em queda acelerada.Em 2022, 57% dos baianos com 10 anos ou mais se declaravam católicos — o equivalente a cerca de 7 milhões de pessoas. Em 2010, esse percentual era de 66,4%, o que representa uma perda de cerca de 728 mil católicos em 12 anos. Apesar de possuir a terceira maior população católica do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, a Bahia ocupa apenas a 14ª posição em termos proporcionais, sendo o estado com menor percentual de católicos no Nordeste. A queda do catolicismo é uma tendência histórica.Em 1940, quase toda a população baiana (98,9%) era católica. Esse número vem diminuindo gradualmente desde então, com maior intensidade a partir dos anos 1980. Segundo Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, esse movimento é nacional e se destaca nos grandes centros urbanos, onde há maior diversidade religiosa.Em contrapartida, a população evangélica cresceu 42,7% entre 2010 e 2022, passando de 2,8 milhões para 4 milhões de pessoas, ou 23,3% da população. A Bahia tem agora a quarta maior população evangélica do país, embora esteja em 20º lugar em termos proporcionais. O crescimento é mais evidente entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e adultos de 30 a 49 anos.As religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, também cresceram significativamente, com aumento de 187% no número de adeptos. O grupo sem religião representa hoje 12,9% da população baiana, totalizando cerca de 1,5 milhão de pessoas — a terceira maior população sem religião do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. (G1)